segunda-feira, 28 de março de 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

A Descoberta da Racionalidade

Você já se imaginou um ser crítico? Aos 14 ou 15 anos de idade levantamos da cama, algumas vezes - quase sempre - sem querer levantar, outras vezes com a televisão ligada, quarto bagunçado, um friozinho pela manhã... Ah! Precisa voar, pois já está atrasado para chegar no colégio. Ufa! Ainda deu tempo de pegar a primeira aula...

Diz a professora logo na primeira aula: "Os primeiros filósofos observaram que o universo possui uma ordem e que, conhecendo esta ordem, os segredos do universo poderiam ser desvendados pelas condições e atributos naturais do próprio homem, sobretudo pela racionalidade."

Logo, antes de dormir em cima da carteira com as lições de moral da profª SANDRA de filosofia é possível criar com o pensamento a prática do conceito desenvolvida por alguns desses filósofos chamados pré-socráticos.

Parmênides de Eléia (510 - 460 a.C.) inaugura um dos mais clássicos problemas da Teoria do Conhecimento: a dualidade entre o percebido e o pensado, a experiência e a razão. "O ser é e o não-ser não é". Para ele, aquilo que existe não está sujeito à mudança, é sempre do mesmo jeito, sendo igual por consequência a ele mesmo. O não-ser, não existe e por isto não pode ser conhecido. Só se pode conhecer o que existe e não se pode conhecer o que não existe. Ex.:

Diego é um garoto bagunceiro e bagunçado. Se permite viver em uma bagunça, e, sendo assim nunca se permite fazer o que precisa ser feito. Se para a escola o Diego vai, mas nada ele produz ou aprende; e não porque nada lhe é ensinado, mas nada ele acredita que ali precisa aprender, então, nada novo o Diego terá no trajeto de toda sua vida, pois o que é nunca muda!

Zenão de Eléia (495 - 430 a.C.) discípulo de Parmênides desenvolveu argumentos que tratam do infinito, com a finalidade de defender as ideias de seu mestre e, assim, provar a imobilidade de todas as coisas. Isto é, o movimento é um ilusão, uma fantasia. Ex.:

Diego concluiu o Ensino Fundamental, agora no Ensino Médio ele jurou pela mãe mortinha que iria mudar - é melhor jurar pela mãe a ter que jurar a própria cabeça. Na primeira semana levantou-se da cama todos os dias mais cedo, olhava a agenda para ver o que tinha a ser feito, organizava seu material e passou a sentar-se a primeira cadeira. Copia tudo da lousa e inclusive as respostas dos exercícios do caderno dos amigos. Suas provas agora são sempre 100 porque cada questão ele copia do melhor aluno da sala para aquela atividade específica. Então ele se forma entre os melhores da turma e muda a imagem que tinha no Ensino Fundamental, quando estava entre os piores da turma. Ainda assim, Zenão perguntaria: O que mudou se certamente Diego não passará no vestibular de uma universidade conceituada?
Mas nem tudo está perdido!

Heráclito de Éfeso (540-470a.C.) afirmava que a realidade está em constante mudança. A percepção  da mudança contínua da realidade pode ser sutil, mas deve-se reconhecê-la como válida para todas as coisas que existem. Ex.:

Diego ao cupiar tudo exatamente tudo, começa a se interessar por biologia. Ele achava os nomes científicos engraçados e fazia piadas como os nomes. Daí passou a gostar de História porque gostava de tocar violão e como na História ou na Literatura vê-se os defeitos para compreender o presente, logo ele esculachava tudo e a todos. Continuou copiando tudo, mas despertou um senso crítico. Poderá amanhã ser um EDUARDO MARINHO (http://www.youtube.com/watch?v=NMn_1rQ3sms)...

A tradição crítica do pensamento pré-socrático consiste em produzir um conhecimento baseado em conjecturas e refutações. Os mitos não podiam ser criticados ou superados por outros melhores.  Imaginem "passar debaixo da escada dá asar" eu vou trocar isto pelo quê? "passar debaixo da escada, com um obeso em cima pintando o teto, rezando 3 aves Marias pode suavizar a penitência"? Logo, estes mitos sem fundamento foram sendo explicados, assim, os conhecimentos de ordem prática só eram modificados se fossem considerados inúteis. Neste sentido, identifique a divergencia entre o pensamento de Parmênides e de Heráclito que deu origem a uma das principais questões da Teoria do Conhecimento.

quarta-feira, 2 de março de 2011

A Salvação pela Matemática

Pitágoras de Samos (571 - 531 a.C.) se tornou figura legendária. Realizou uma modificação fundamental na religiosidade órfica (o orfismo era o culto a Dionísio, isto é, uma religião essencialmente esotérica; os órficos acreditavam na imortalidade da alma e na transmigração da alma através de vários corpos, a fim de efetivar sua purificação, mas para completar o ciclo das reencarnações, o homem necessitava da ajuda de Dionísio deus libertador), em Pitágoras - o sentido de salvação não devia ser baseado na fé em Dionísio, mas sim na matemática.
Pitágoras criou um sistema global de doutrinas, cuja finalidade era a de descobrir a harmonia que preside à constituição do cosmo e traçar as regras da vida individual e do governo das cidades. Assim, o pitagorismo pressupunha uma identidade fundamental, de natureza divina, entre todos os seres; o processo de libertação da alma num esforço inteiramente subjetivo e puramente humano. "Quanto mais próximo do conhecimento nos encontramos mais ligados a deus" A purificação resultaria do trabalho intelectual que descobre a estrutura numérica das coisas e torna a alma semelhante ao cosmo, em harmonia, proporção e beleza. O ímpar seria a própria manifestação básica da identidade. Os pitagóricos, então, concebem todo o universo como um campo em que se contrapõem o Mesmo e o Outro. Segundo Friedrich Nietzsche, a ideia fundamental de Pitágoras é "a matéria, que é representada inteiramente destituída de qualidade, somente por relações numéricas adquire tal ou tal qualidade determinada." Ainda, segundo a cosmologia pitagórica, o intervalo dos sons, e estes sendo dependentes de movimentos, são resultantes da respiração do universo, que vivo, inalaria o ar infinito (pneuma ápeiron) em que estaria imerso. Tal é a resposta dada ao problema de Anaximandro: o vir-a-ser é um cálculo. Ou seja, as coisas imitam os números (mímesis) num sentido perfeitamente realista: as coisas manifestariam externamente a estrutura numérica que lhes é inerente.
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  • Caracterize, em poucas palavras, a questão do conhecimento de acordo com os filósofos gregos já estudados, considerando uma linha de continuidade entre o pensamento destes filósofos.