quinta-feira, 12 de maio de 2011

Conhece-ti a ti mesmo

"Muito se fala e pouco realmente se sabe sobre o funk. Um fenômeno genuinamente carioca, nascido nas favelas do Rio de Janeiro nos anos 1970 e que reúne até 2 milhões de jovens em cerca de 700 bailes por final de semana na cidade, mas que ainda é negado enquanto cultura. Pior que isso, ao longo dos últimos 15 anos, o termo funkeiro começou a ser adotado pela mídia como sinônimo de pivete. E a única diversão de milhares de jovens à margem da sociedade passou a ser vista como caso de polícia.
Com mais de 500 favelas catalogadas pelo último senso do IBGE (2000), o município do Rio de Janeiro tem uma maioria de jovens negros, pobres e favelados. Assim como o resto do Brasil. E eles são funkeiros não estão nos editoriais de moda das revistas. Do outro lado do espelho não se consome o jeans da Diesel, mas a calça da Gang. Eles não ouvem boy bands [modinhas]. Eles ouvem bondes. Elas não querem ter a atitude da Avril Lavigne. Elas querem ter a atitude da Tati Quebra-Barraco.
Mesmo em 2001 - auge do funk nas rários [...] Rômulo Costa, dono da famosa equipe de som Furacão 2000, que naquele ano lançava o Bonde do Tigrão e alcançava picos de audiência no seu programa diário na TV CNT, não conseguia anunciante para seus intervalos. Como ele mesmo observou na época, será que funkeiro não bebe refrigerante? Funkeiro não compra e não consome?
Estamos falando de uma geração que não se vê refletida pelos meios de comunicação. [...]"
(MEDEIROS,   Janaina. Funk Carioca: o som que dá medo. E prazer. 1ed. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2006)

Para quebrar velhos tabus e formular problemas mais interessantes a esta nova cultura brasileira, assista o vídeo documentario 90 dias com catraDisponível no link abaixo:

Registre suas conclusões considerando o conceito de ignorância de Sócrates e a negação de uma cultura propriamente brasileira.
Boa semana!

13 comentários:

  1. O vídeo sobre o mr. catra mostra a realidade do funkeiro, mostra que nem todo funkeiro é criminoso,bandido,traficante.Ignorância do povo brasileiro não reconhecer o funk como cultura e a arte,visto que o povo só valozriza aquilo que é estrangeiro, esquecendo suas origens.E o povo ainda permite que os estrangeiros zombem da nossa cultura.O funk traz as vezes linguagens impróprias e promiscuas mas mesmo assim faz parte da nossa cultura. Ignorância também é desvalorizar e se deixar desvalorizar os seus valores acreditando que uma coisa por vir de fora tem mais valor do que a nossa.Esse conceito também interfere no comércio,porque o brasileiro prefere comprar produtos importados do que os legítimos brasileiros.Espero que eu tenha me expressado bem ,muito interessante a proposta do vídeo sobre o funk,grato mais uma vez pela atenção
    Aydan

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  2. O Funk já foi reconhecido como patrimônio cultural no Brasil: http://www.rollingstone.com.br/secoes/novas/noticias/6268/ Eu me lembro, aliás, de ter discutido sobre isso na escola ano passado. :P

    Bem... Pessoalmente, eu não gosto de Funk, principalmente do carioca. Não gosto porque eu não vejo sentido nas letras, não acho engraçado (alguns eu acho, e é desses que eu gosto e canto :3) e nem curto a batida.

    "Daí o fato de Sócrates ter tomado como seu lema, a divisa do templo de Delfos: Conhece-ti a Ti Próprio. Contra um conhecimento revelado a partir do exterior, Sócrates, aponta para um que se revela a partir da auto-descoberta do próprio indivíduo."

    Como foi citada no texto, a ignorância por parte de terceiros por não respeitar o funk é visível, mas também é visível a ignorância de certas funkeiras que se vêm apenas como um objeto (vide "mulheres frutas/carne/o ******* a quatro"). Como Sócrates disse: primeiro nós temos que conhecer a nos mesmos. Não adianta os funkeiros/adeptos do funk exigirem respeito se eles próprios não se dão ao respeito.

    É claro que na cultura Pop, por exemplo, as diversas Boy Bands também fazem apelos sexuais, mas estas não pegam tão pesado e não falam da mulher/homem apenas como um objeto.

    Tudo bem que sexo é algo normal, mas reconhecer algo com forte apelo sexual nacionalmente e, mais ainda, como patrimônio cultural, é algo para se pensar muito bem. Não que isso seja errado, eu até gostei, apesar de ficar com o pé atrás, mas, é assim que os "cucarachas" brasileiros querem ser vistos lá fora? O funk representa tão bem assim o país?

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  3. Schule, você caiu em contradição quando diz que não gosta de funk, não gosta da batida e não acha engraçado as letras. Contudo canta, acha engraçado e gosta de "alguns". Se você gosta de "alguns" então você gosta de funk, talvez banaliza o funk em detrimento de alguns seguimentos como por exemplo os que fazem apologia ao crime e/ou ao sexo.
    Seu comentário é enriquecedor, os adeptos do funk "não se dão o respeito", mas você já questionou o por quê? Se você assistiu o vídeo indicado na postagem percebeu o quanto a indústria do funk move ($), é muito dinheiro. Há outros caminhos que também podem responder a essa pergunta como a raiz do funk. Música negra, baixa, de periferia. O público mais comum a este estilo de música, etc.
    Preste atenção nos vídeo clips das "boy bands": 1° as músicas em geral não são brasileiras e seu grande público precisa do google para saber o que estão cantando; 2° as danças fazem apologias ao sexo, a moda, mas de modos "aceitos" pela sociedade.
    Não estou aqui dizendo que o funk tal qual o conhecemos deve nos representar enquanto povo, mas que não podemos negar a força que o funk tem na mobilização das massas do nosso país, tal qual o forró ou o sertanejo. Esses estilos brasileiros precisam ganhar força da sociedade com letras críticas como era a garagem do rock brasileiro: Raul Seixas, Renato Russo, Biquini Cavadão, Capital Inicial, Ira, Cazuza, entre outros que não se mobilizam apenas com as questões pessoais e individuais como é o AMOR.

    Abraços

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  4. Este vídeo mostra que o funk não é sempre criminoso e "coisa de favelado", mostra pessoas de diversos lugares curtindo esse gênero que se tornou tão popular entre os brasileiros. Ignorância é não valorizar sua própria cultura e preferindo seguir "modinhas" estrangeiras.Ignorância é ver todo funkeiro como criminoso sendo que ele é uma pessoa que está valorizando sua cultura.Porém o funk está ligado a diversas polêmicas sociais,envolvendo drogas ,o crime e etc.Mas não são todas as pessoas que seguem esse lado ruim do funk, algumas só gostam de dançar loucamente ao som dessas batidas e letras que retratam sua realidade. O Brasil deve olhar para si mesmo e valorizar o funk como parte de sua cultura . O Funk deve se valorizar e se distânciar dessas polêmicas que degridem sua imagem perante a sociedade.Como o colega Wagner eu também não gosto de funk,nem de suas letras e nem de suas batidas (muito parecidas umas com as outras).Mas esse vídeo me fez conhecer mais sobre esse ritmo que conquistou o brasil, não que eu tenha mudado minha opinião mas aprendi a respeitar e aceitar mais esse ritmo.Todas os gêneros musicais tem seu lado de protesto,de romântico , de engraçado e etc.O funk é um deles porque não respeitá-lo?

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  5. ''O que eu falo na minha música é para todas as classes, é algo que todos podem ter, basta querer. '' Catra disse mais ou menos isso no documentário proposto, o que ele quis realmente dizer, foi, que a música dele e o funk em si, 'batem em uma mesma tecla' na qual todos podem ter. Podemos dizer que ele estava se referindo ao sexo, pois bem, para a pratica do sexo não precisa de dinheiro, raça, estudo, condições de vida boas e etc, ou seja não precisa de padrões para ser realizado. E é disso que se trata o funk brasileiro, coisas que o povão possa ter, que o povão consiga fazer com ‘sucesso’. Eu particularmente acho as letras apelativas,mas como eu disse, é o que o povo gosta, o que o povo faz, e isso querendo ou não, é uma cultura brasileira, porém é negada. É negada pelo fato, que as pessoas que se dizem cultas, não aceitam essas letras 'vulgares', não aceitam porque as esse tipo de pessoas se recusam a acreditar que uma coisa tão ‘fútil’ do seu ponto de vista, faça tanto sucesso, tenha tanta importância, ao ponto de chegar a ser considerada uma cultura e assim se recusam a aceita-lá. Eu li isso em um site '' Só aquele que tem consciência da sua própria ignorância procura o saber. Aquele que julga que tudo conhece, contenta-se com o saber que possui. '' < Isto foi extraído da filosofia de Sócrates. Ou seja, nós brasileiros somos ignorantes, ao ponto de acharmos que nossa cultura já está completa, não precisa de mais nada. E ainda, não aceitamos que uma coisa tão 'vulgar' tão 'favelada' entre para nossos costumes, o que não percebemos é que o funk já tomou conta do Brasil, querendo nós ou não.

    Thayná, nº24

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  6. Basicamente os funkeiros só pensam em sexo e mulher...não podemos dizer que só favelados escutam funk, pois conheço pessoas que não são faveladas e curtem. A questão é que muitas vezes o funk acaba incentivando ao crime, porque existem várias musicas que falam sobre criminalidade. Geralmente as pessoas que escutam funk começam a se achar o "tal"...acham que são invencíveis e tem orgulho de mostrar para o mundo que é funkeiro. Acontece que funk não é uma música muito criativa, pois se você for ver a batida das músicas são as mesmas, e a música tem sempre o mesmo conteúdo. Muitas vezes as pessoas das favelas que escutam funk, escutam por falta de opção pois é dificil você levar para a favela um rock, ou um pop...as pessoas nas favelas se inspiram nas pessoas que cresceram lá e ganharam a vida lá ou seja os funkeiros, geralmente nascem nas favelas e começam a ficar famosos e sobem na vida...e o que acontece é que as pessoas que moram na favela pensam "para subir na vida eu só preciso cantar" mais é claro que nem todo mundo é assim, estamos falando de modo geral mais temos suas exceções. O fato é que o funk já faz parte da nossa história, todo mundo já ouviu funk na vida. Tem pessoas que gostam e outras não, isso vai de cada pessoa. A pergunta é, funk é cultura ou falta de criatividade? Ai vai da sua opinião...

    Yanca Fernandes nº 27

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  7. Bom,como a maioria já falou...Funk se originou-se em "comunidades" e se espalhou pelo mundo,bom na minha cabeça uma coisa é bem clara o funk a maioria das vezes tem apologia ao crime e ao sexo propriamente dito,uma coisa é certa não podemos falar que não existe essa cultura pois se hoje ele é "bem" reconhecido por algumas pessoas foi porque ele criou uma história e temos que respeitar isso...Mas uma das coisa que mais marca que é hoje em dia tudo e funk é só você colocar pessoas "cantando" sem conteúdo nenhum e o toco final e ter mulheres junto que ai esse grupo com certeza fez sucesso e isso não é assim...Na minha opinião compreendo que música não seria isso teria que ter letra e conteúdo,então o fato real é funk está na cultura já só acho que poderia ter uma pouco mais de conteúdo.


    Erick Avila n°13

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  8. Concordo com a Srta, querida Sandra. Antigamente o funk servia para mostrar a realidade, para fazer denúncias e alertar a comunidade. Já hoje em dia o funk só serve para... hm... falar sobre sexo? Acho que o redtube faz isso muito melhor que o funk. :)

    Anyway, eu gosto das letras idiotas que me fazem rir e aceito o estilo de funk que eu citei acima, já o resto eu simplesmente não gosto e não aceito (aceitar =/= respeitar). Eu não caí em contradição por dizer que não gosto de funk, porque eu disse que não gosto do funk de um modo geral. É a mesma coisa que falar que eu gosto de rock, mas isso não quer dizer que eu goste de todos os sub-gêneros do rock, entende?

    Ftw, tráfico também move dinheiro. Aliás, o tráfico também é um dos temas do funk, né? Acho legal citar as boy bands e o funk atual no mesmo texto, porque hoje em dia eu só vejo o funk usando dos mesmos artifícios das boy bands para lucrar. Os funks mais atuais, que são realmente cantados, utilizam as mesmas estruturas que as boy bands já utilizam há muito tempo, e que já mostrou resultado. :3

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  9. Ah sim, só lembrando das nossas conversas pós-prova do livro, onde eu e a Camila defendemos o Brasil e a nossa cultura, Gabriel. Com isso eu quero re-lembrar que eu não reprovo a cultura brasileira e não acho que nós apenas copiamos as coisas (oi? eu lembro das aulas, tá? :), apenas não gosto do que algo que marcou muito a cultura se tornou nos dias atuais.

    Also, bela escola de livro. /aff

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  10. Ok, sabemos que o funk é muito criticado pelas pessoas em um modo geral. E a principal pergunta como você tinha citado na aula anterior Gabriel, foi "Funk é cultura ou não?" Bom, pelo o que eu percebi e não foi por este documentario que alias, não precisa de documentario algum pra desenvolver uma conclusão, pois a midia oferece isso como se fosse uma noticia de ultima hora.
    Sim, o Funk faz parte da nossa cultura! Mas, olhando há dez anos atrás por exemplo. Nessa epoca o funk era posto em pratica para falar sobre a sociedade, a ignorância, a divisão ignorante das classes sociais neste lindo pais em que vivemos. Como você citou aí no texto, o Funk como o Bonde do Tigrão, que em 2001 foi um sucesso, naquela epoca não se falava em putaria, em mulherada, em agressão, em bandidagem. O Funk, o sucesso do funk hoje em dia só fala de mulher gostosa, peito, bunda, de sacanagem, putaria enfim, tudo o que com certeza não precisamos ouvir no nosso cotidiano (ah, não se esquecendo da criminalidade que esta em alta, não é mesmo?!). Pelos poucos minutos que eu percebi no documetario foi: dinheiro, putaria, sacanagem, desprezo, e inteligencia jogada pro alto. Esse cara aí Mr.Catra que seja, por ele ser inteligente, formado em direito, isso pouco me importa! Você busca o respeito não pela sua inteligencia, e sim pela sua forma de agir perante a sociedade. Ele tem ainda a cara de pau de mostrar as mulheres, ou melhor com todo o respeito, mostrar as vagabundas que fazem orgias com ele, o dinheiro que ele ganhou e jogou fora com fogos de artifício, aparentou como se ele tivesse 10 anos de idade que descobriu o sexo agora.
    Eu gosto do funk, mas nos dias de hoje o funk não é o mesmo, aquele funk que falava sobre a sociedade, a pobreza, a revolta, tudo isso me agradava e sim, me dava um orgulho imenso de falar que isso sim é cultura do meu pais.

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  11. Tem gente qe acha o funk coisa de gente pobre, favelada, o funk é de todas as classes sociais, como mostra o video.Muitos funks falam sobre tráfico de drogas, sobre armas, sexo. Mais isso nao é a realidade ? Nao existe tudo isso no mundo ?. A ignorancia das pessoas em achar isso sobre o funk é tao grande que elas nao procuram saber da onde vem, quem inventou, o porque das batidas.(as pessoas que nao gostam)
    O funk é uma cultura, tem gente que gosta e gente que nao , o funk é um ritmo de musica e deve ser respeitado. =D

    Leonardo nº:18

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  12. Muitos de vocês antes de criticar o funk deveriam conhecer o que se passa nas comunidades que o funk sao relatos do dia a dia na comunidade o que muitas vezes pessoas "ignorantes" levam como apologia seja ao sexo,drogas,bebidas, etc mais o funk e a pura realidade do que se passa na comunidade

    André Luiz numero:3

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  13. A figura de Sócrates é como um divisor de águas na Filosofia Antiga, tanto que os filósofos anteriores a ele são tradicionalmente chamados de pré-socráticos.

    De fato, com Sócrates há uma mudança significativa no rumo das discussões filosóficas sobre a verdade e o conhecimento. Os primeiros filósofos estavam preocupados em encontrar o fundamento (arké) de todas as coisas. Sócrates, por sua vez, está mais interessado em nossa relação com os outros e com o mundo.

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